Viver a vocação com paixão e ir em busca dos mais necessitados foi o convite dos nossos fundadores. A contemplação e a meditação do que sucede no mundo exterior e interior dão rumo ao nosso caminho espiritual e missionário.
Nessa contemplação constante, fico fascinada com as surpresas de Deus. E “quando o mistério é muito impressionante, a gente não ousa desobedecer”. Então, acolho com esperança. Essa esperança que já me impulsiona a projetar a vida a partir do novo mistério, das surpresas.
A Congregação e eu somos um corpo missionário; juntas, assumimos o “ir em busca” como essência de nossa existência. Nós duas nunca tivemos medo de ir onde Deus nos chamou. Enfrentamos grandes e pequenos desafios com a mística que carrega toda missionária: a do Crucificado.
A vida atual nos chama à comodidade, à estabilidade, ao seguro. O “ser missionário” é contrário a tudo isso. Nossa essência é itinerante. Não pode existir uma missionária sem o ir, sair, caminhar, navegar, itinerar.
Sair é exigente. Cansa, e a tentação de parar, sentar, é grande. Mas se paramos, sentimos o vazio, a ausência de algo maior. Nos falta o povo, os rios, os caminhos. Quando saímos, encontramos sofrimentos e alegrias, dor e paz, injustiça e solidariedade. No encontro com as pessoas, encontramos sofrimentos e graças, escutamos o eco das nossas próprias dores e alegrias. Integrar todo esse mistério no coração é vivenciar o mistério pascal de Jesus em nós e no povo.
O antídoto para sair é a paixão. Só sai quem é apaixonado… Seja qual for a nossa missão, com quem estejamos e onde estejamos, se não fazemos com paixão, a alegria desaparece e sobressaem os rancores, as mágoas e as tristezas. O Papa Francisco disse: onde estão os Consagrados, sempre há alegria.
Com Maria, sigo o meu caminho, apaixonada pela missão. Não importa qual montanha eu terei que subir; se lá eu encontro um povo sofrido, lá viverei apaixonadamente o “ir em busca” dos mais necessitados.
Ir. Zélia Gomes, MJC