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Nossa história

MISSIONÁRIAS DE JESUS CRUCIFICADO

CONGREGAÇÃO BRASILEIRA FUNDADA EM 1928

A Congregação das Imãs Missionárias de Jesus Crucificado completou 95 anos em maio de 2023. Data importante, que está sendo comemorada com ação de graças. É o amor misericordioso de Deus que nos permite continuar sendo uma presença missionária viva e simples, servidora e companheira, nos oito países onde estamos inseridas: Brasil, Bolívia, Equador, Paraguai, Angola, Moçambique, Quênia e Peru, apesar das nossas fragilidades e das dificuldades de cada lugar e época. Ser presença nestes países é um sinal de fidelidade ao carisma congregacional, que desde o início teve como missão estar totalmente dedicada à evangelização e atenta à realidade dos empobrecidos..

A semente que gerou esse fruto

Nossa fundadora, Maria Villac nasceu em Campinas – SP, em 26 de fevereiro de 1894. Sua vida foi marcada pela bondade, mansidão e sensibilidade com as pessoas que sofrem. A contemplação diária da paixão de Jesus alimentou e iluminou sua vida. Quando jovem, desejou ser monja contemplativa. Mas, fatos da vida a impediram de realizar este sonho. Sempre atenta aos sinais e sussurros do Espírito de Deus, em 1917 começou a fazer um trabalho com suas amigas, incentivando-as a uma intensa vida apostólica e espiritual. Além das orações em comum, elas procuravam responder aos apelos da época, pois o processo acelerado de industrialização nas cidades de São Paulo e Campinas, assim como a concentração de terras no campo geravam migrações em massa, que tinham como consequência uma perversa desigualdade social.

Neste contexto, foi crescendo o grupo de mulheres iniciado por Maria Villac, ao qual deram o nome de Associação das Missionárias de Jesus Crucificado. Elaboraram um regulamento e foram apresentá-lo ao Bispo diocesano, Dom Francisco de Campos Barreto, que não somente o aprovou, como também as estimulou a prosseguir, apresentando propostas missionárias que ampliavam seu campo de ação.

Aquele grupo começou a atrair outras jovens e senhoras, formando novos grupos. Para termos uma ideia do dinamismo primeiro, observemos que em 1919 a Associação das Missionárias de Jesus Crucificado tinha cerca de 62 participantes. Dez anos mais tarde, já eram 364 participantes, muito ativas e alegres. É interessante observar, também, a diversidade do nível social, geracional e de etnia dessas mulheres: empregadas domésticas e senhoras da sociedade, brancas e negras, idosas e jovens.

Esta foi a semente boa, da qual brotou a Congregação das MJC.

Onde e quando a semente brotou?

Dom Francisco de Campos Barreto, Bispo de Campinas, nessa época (1920-1941), foi um homem apaixonado pelo Reino de Deus. Com sua preocupação pastoral, não perdia de vista a Associação das Missionárias de Jesus Crucificado. Acreditou nelas, porque percebeu a força evangelizadora e o potencial profético do grupo. Por isso, em 1927, chamou Maria Villac e propôs transformar a Associação em Congregação Religiosa. 

Deu a ela um tempo de discernimento espiritual para realizar os diálogos necessários afim de assumir tal responsabilidade. No dia 29 de setembro desse mesmo ano, ela deu o seu sim! Mas, somente no dia 3 de maio de 1928, realizou-se oficialmente a fundação da Congregação das Irmãs Missionárias de Jesus Crucificado. Começou com apenas onze irmãs, porque nem todas do grupo tinham este desejo de uma consagração radical. Mas, continuaram caminhando juntas e Maria Villac acompanhava a todas com terna bondade e mansidão.

Assim nasceu a Congregação das MJC.

Em 1941, faleceu Dom Barreto, repentinamente. Mas, deixou a Congregação fortificada e em pleno ardor missionário. Em 1946, Monsenhor Manoel Correa de Macedo assumiu a Congregação, como diretor espiritual, e ela cresceu muito:

1942

1952

1962

0
Irmãs
0
casas
0
Irmãs
0
casas
0
Irmãs
0
Casas

1942 – 524 irmãs e 28 casas

1952 – 1.012 irmãs e 59 casas

1962 – 2.136 irmãs e 127 casas

Qual é a missão específica das Missionárias?

Quem escolhe ser MJC se identifica com um carisma de características originais, como a alegria e a mansidão. E, para viver a profunda alegria de ser missionária, enviada pelo Crucificado/Ressuscitado aos empobrecidos, busca continuamente contemplar sua presença no povo sofrido. Esta síntese já estava presente no sonho de Maria Villac e Dom Barreto. Este carisma que atrai tem força, mas necessita de ousadia, fortaleza, criatividade para permanecer “a serviço e em defesa da vida”. Precisa de mística que o sustente.

 

Nesse sentido, Dom Barreto traçou o perfil das MJC, enviadas em busca dos mais necessitados: “a Missionária não deve ser uma religiosa tímida, cheia de medo, mas, resistente, firme em sua vocação. Deve ter uma formação religiosa que não possa deixar vacilar sua fé. A Missionária no mundo vai ter muitas lutas, por isso é preciso a oração e o aprofundamento…” (DB 30/1/1930).

Quanto mais desafiante é a realidade, mais aparecem motivos para distrair, tirar o foco, do sentido maior da vida, da urgência de estarem inseridas na missão, junto aos mais necessitados em cada lugar, em cada país. A missão é a razão da alegria das MJC, da sua atração, desde o começo do Instituto.

Quando a Congregação tinha apenas oito anos, Dom Barreto já deixava bem claro a importância de estar continuamente em saída: “Vejam a dignidade das missionárias. As senhoras são apóstolas…. Vão desassombradamente estabelecer uma verdadeira ofensiva contra o mal. Para isso, foi criado o Instituto: para ir em busca dos mais necessitados no meio do mundo” (DB 10/1/1936). E Maria Villac acrescentava: “Nada deve impedir a missionária de ir em busca dos necessitados: nem a chuva, nem o sol, nem o cansaço”.

Celebrando 94 anos da Congregação, as MJC fazem memória de Maria Villac e Dom Francisco de Campos Barreto e continuam a caminho, pedem a Deus que as ajude a ter um amor apaixonado e lúcido pelo dom recebido.