No Dia Mundial da Caridade, celebrado em 19 de julho, as ações e a dedicação das Irmãs Regina Celi e Aparecida Duranes, missionárias de Jesus Crucificado, ganham um significado especial. Este dia, que promove a importância da solidariedade e do amor ao próximo, reflete a essência do trabalho das irmãs na região amazônica, onde estão completando um ano de chegada à Prelazia de Tefé e seis meses em Alvarães, um pequeno município localizado no médio rio Solimões.
A Paróquia São Joaquim é composta por trinta e duas comunidades ribeirinhas, incluindo várias indígenas, e cinco comunidades na cidade. Sem muita pretensão, elas desejam ser sinal do amor misericordioso de Deus Pai. Aos poucos, estão conhecendo a cultura e a caminhada da Igreja no estado do Amazonas.
A rapidez dos meios de comunicação atuais traz muitas facilidades e não permite que sintam tanto isolamento como em tempos passados. Por outro lado, a diferença do ecossistema, da cultura e da religiosidade local faz com que sintam como se estivessem em outro país, um outro Brasil. É muito impactante contemplar a integração destes homens e mulheres com a natureza, rios e matas, conhecimentos que não se adquirem em livros.
Na cultura do estado do Amazonas, destaca-se a tradicional dança folclórica do boi-bumbá, uma competição entre grupos: o vermelho e o azul. Os grupos de Parintins são os mais conhecidos pela mídia, mas no interior do estado também existe esta tradição, com grupos azul e vermelho, com nomes de acordo com cada localidade, que se organizam e participam de festivais e competições anualmente.
A economia familiar gira em torno da pesca e da agricultura. A farinha de mandioca é um item que não pode faltar na culinária local. Muito apreciados também são o açaí e outros frutos da floresta. Têm mais estabilidade econômica as famílias que conseguem um emprego na prefeitura ou em outra instituição governamental.
A Prelazia de Tefé tem uma história de vanguarda na Igreja da Amazônia por seu comprometimento com os povos originários, defesa da natureza e grande empenho na formação de Comunidades de Base com protagonismo dos leigos e leigas.
Nesse início de presença missionária, Ir. Regina e Ir. Aparecida estão priorizando as visitas às famílias e comunidades, numa atitude de escuta e contemplação. Também participam dos festejos, eventos e velórios, aproximando-se do povo em suas alegrias e tristezas. Historicamente, a fé do povo na imensidão da Amazônia se sustenta principalmente pelos festejos, devoção e promessas. No médio Solimões, além das novenas, leilões e quermesses, há a peculiaridade do levantamento e derrubada do mastro com todo seu ritual.
As irmãs estão bem envolvidas na prioridade da pastoral paroquial deste ano, que é a retomada da formação das lideranças: catequistas, ministros da Palavra, ministros da Eucaristia e animadores das comunidades ribeirinhas.
Com suas fragilidades, mas também com vasta experiência missionária, elas acolhem os desafios e incertezas, sentindo estar no lugar que Deus as chamou, junto aos mais esquecidos. Assim, vivenciam seu carisma cantando: “Vivo a alegria de ser missionária, recebi de Jesus esta linda missão!”