A palavra “misericórdia” tem origem latina, sendo formada pela junção de miserere (ter compaixão) e cordis (coração). ‘Ter compaixão com o coração’ significa ter a capacidade de sentir aquilo que a outra pessoa sente, aproximar-se de seus sentimentos e demonstrar solidariedade.
A vocação que abraçamos, seja ela qual for, está intrinsecamente ligada à vivência dessas duas palavras: coração e compaixão. Toda vocação é um convite a sentir com o coração, traduzindo-se em atitudes de compaixão e misericórdia, especialmente para com aqueles e aquelas que mais necessitam.
O chamado à vocação religiosa nasce de um coração sensível às dores dos mais pobres e vai confiante Naquele que o(a) convocou. É um coração que se compadece dos mais vulneráveis e que, por isso, não reserva essa compaixão a um grupo pequeno, restrito e familiar, mas se estende a todos.
Embora nossa missão possa se atualizar com os recursos tecnológicos, jamais podemos perder a capacidade de nos conectarmos com as pessoas ao nosso redor com um coração misericordioso. A tecnologia deve ser um instrumento para ampliar a compaixão e a solidariedade, não para substituí-las.
Na misericórdia, todos nos encontramos: religiosas(os), sacerdotes, leigos(as), casados(as), solteiros(as), jovens, adultos, idosos(as), crianças, homens e mulheres. Porque agir com compaixão, com entranhas de misericórdia, é uma vocação inerente à própria humanidade.
Ir. Zélia Gomes, MJC