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7 de Setembro| Sonhos em comum entre Brasil e Moçambique

Em Moçambique o feriado de 07 de setembro marca a Assinatura do Acordo de Lusaka, na Zâmbia em 1974 assinado entre a FRELIMO- Frente de Libertação de Moçambique, representado por Samora Moisés Machel e Portugal que põe fim ao período colonial depois de uma sangrenta guerra. No Brasil, o 07 de setembro é a memória da Independência da Coroa Portuguesa proclamada em 1822 pelo Príncipe Regente Pedro I, que neste ato se torna o Imperador Dom Pedro I. Duas histórias de colônias portuguesas, dois mundos unidos pelo colonizador e pelo idioma oficial. Em uma mesa de decisão foi selado a disputa. Nas margens do Ipiranga, a emancipação de um príncipe.

Tão diferentes desfechos definidos numa mesma data, célebre e memorial, entretanto ainda em processo de construção. Ambos os 07 de setembro são marcos de ruptura, assinalados com sangue. Engana-se quem pensa que o processo brasileiro foi tranquilo. Desde a revolta dos Beckman em 1684, passando pela guerra dos mascates, Inconfidência Mineira com o grande Tiradentes até a República de Pernambuco muito sangue foi derramado. Não diferente do processo moçambicano que causou a morte de mais de 100 mil pessoas diretamente ligados aos 10 anos de conflito armado, quantos às mortes indiretas por fome, doenças e deslocações forçadas, além de deixar o país convulsionando numa guerra fratricida para se recompor internamente.

O sonho de liberdade e dignidade para todos  são caminhos que os dois países ainda percorrem. É uma jornada ligada à superação das desigualdades no Brasil e em Moçambique se conecta com a reconstrução nacional,  estabilidade e desenvolvimento. Em ambos é uma jornada que precisa vencer os resquícios de colonização do passado e se comprometer com um presente mais justo. Na verdade devemos refletir: qual o próximo passo que ambos os países precisam dar para fazer acontecer a liberdade?