Fazer memória é fazer voltar ao coração! Dom Francisco de Campos Barreto é o c0-fundador da Congregação das Missionárias de Jesus Crucificado. Ele, juntamente com Madre Maria Villac, deram corpo à Congregação. Dom Barreto, com sua visão missionária, deixou como legado para a Congregação a opção preferencial pelos pobres e a missão ad gentes.
A Congregação das MJC tem sua espiritualidade centrada no mistério pascal: vida, paixão, morte e ressurreição de Jesus. Foi por amor a Jesus, nos mais empobrecidos, que a Congregação nasceu.
Um fato marcante na memória das MJC: Dom Barreto, estando em Belo Horizonte, visitou as minas de Morro Velho, em Nova Lima, onde havia muitos operários, com o intuito de estudar a possibilidade de abrir naquela cidade uma comunidade missionária. A grande diferença de temperatura ao descer à mina, agravou seu estado de saúde. Regressando a Campinas, manifestou-se uma pneumonia. Todos os recursos médicos disponíveis à época foram empregados, mas sem sucesso. Às 22:50hs dia 22 de agosto de 1941, em sua residência episcopal, Dom Barreto entregou definitivamente sua vida nas mãos do Pai, rezando a Salve Rainha (livrinho “Em que ficamos?” MJC, hoje, recriando o Carisma, p.52).
Dom Barreto traçou o perfil das MJC, enviadas em busca dos mais necessitados: “A missionária não deve ser uma religiosa tímida, cheia de medo, mas resistente, firme em sua vocação. Deve ter uma formação religiosa que não permita vacilar sua fé. A missionária no mundo vai enfrentar muitas lutas; por isso, é preciso oração e aprofundamento…” (DB 30/1/1930).
A missão é a razão da alegria das missionárias, da sua atração, desde o começo do Instituto, e os escritos de Dom Barreto afirmam essa vocação em saída:
“As Missionárias têm por clausura a rua e as casas dos necessitados” (DB 26/6/1936). “…porque estão com um pé aqui e outro no mundo, no meio das famílias; não ficam quietas entre quatro paredes, mas envergam a libré do mundo e vão impávidas” (Cf. DB 21/1/1936).
“A missionária não significa estabilização, mas anda adiante sempre. Não fica esperando que o trabalho venha em suas mãos” (DB 9/1/1930).
“Agora, nós temos aqui um ponto capital, que deu corpo à nossa Congregação e que não deverá ser deixado, ainda que qualquer circunstância venha a impedi-lo por algum tempo. Este ponto capital é a visita a domicílio” (Cf. DB 1/5/1936).
“Vão, então, às casas dos operários e, depois de conhecerem bem a sua vida, entre, aos poucos, com seus ensinamentos” (DB 1/5/1936).
Ir. Rosângela Ferreira da Silva, MJC