No dia 14 de setembro, a Igreja Católica a solenidade da Exaltação da Santa Cruz, data marcante para a Congregação das Missionárias de Jesus Crucificado (MJC), fundada nesta mesma ocasião. Este é um momento de renovação e crescimento para nossa família missionária, como afirma o Diretório 2 das MJC, que cultiva a Espiritualidade do Mistério Pascal, Vida/Morte//Ressurreição de Cristo e vê na Cruz um sinal para além da dor. A Cruz é o sinal visível da entrega total da vida por amor!
Como mulheres consagradas, nos assemelhamos às mulheres da aurora que, ao romper do dia, ainda de madrugada, foram ao túmulo para encontrar o Crucificado/Ressuscitado. É para Ele que abrimos nossos corações, partilhando nossas dores e alegrias com resiliência e resistência, em todos os momentos da vida.
Ao contemplarmos diariamente a Cruz de Cristo, buscamos encontrar luzes que alimentem nossa esperança, para vivenciar a Ressurreição em meio às cruzes pessoais, familiares, eclesiais e sociais. Cristo nos convida a olhar para as cruzes da humanidade e da Mãe Terra. Infelizmente, o ser humano tem perdido, pouco a pouco, a capacidade de amar e perdoar. Intolerâncias e guerras revelam essa triste realidade.
Como Missionárias de Jesus Crucificado, somos chamadas a ser “outras Marias”, presentes junto às cruzes dos que sofrem, agonizam e padecem. A Mãe Terra também geme em meio à sua destruição: rios transbordam, casas desmoronam e vidas humanas e animais são ceifadas. O irmão fogo, que deveria trazer luz e calor, tem sido usado para devastar e matar tudo em seu caminho.
Somos mulheres da aurora, mulheres do esperançar. Vamos ao encontro de nossos irmãos e irmãs, rezamos pela paz em países assolados pela guerra e buscamos ser pessoas de paz. Lutar pela preservação da natureza também faz parte de nossa missão. Somos chamadas a viver em comunhão de compaixão e dor com a nossa Casa Comum.
Somos Missionárias da Esperança, da Profecia e da Alegria! Mulheres ousadas e apaixonadas pelos pobres, os prediletos de Deus. Nosso lugar é na periferia, onde o Sol Nascente nos convida a estar. Somos mulheres da Bondade, como nos pede nossa Madre Maria Villac. Filhas de Dom Barreto, que nos exorta a sermos “Outras Marias”, firmes junto à cruz dos sofredores na luta pela libertação. Monsenhor Macedo nos ensinou: “Perder tudo, mas não perder a mansidão”.
Somos mulheres da aurora, como tantas outras que carregam em seus ventres a vida, a esperança e o amor. Peregrinas da Esperança!
Ir. Cleonice Brito da Silva, MJC